CAPITULO 4


É engraçado como nós não nos acostumamos com certas coisas. Por exemplo, perder nossas chaves é tão comum e ainda nos irritamos quando acontece. E chegando a um extremo um tanto mórbido, não conseguimos nos adaptar com perdas. Pior se forem ligadas a um ente. Instante após instante corações param. O sistema cardiovascular, a respiração e a deglutição são afetadas diariamente por lesões no tronco cerebral (responsável pelo controle das funções vitais).

Caminhando por uma idéia romântica da vida, também nos debatemos com a falsidade social e injustiça tão inerente no cerne da população.

Peço-lhes atenção meus caros,pois veremos agora algo mais comum à nós,acontecer...

07h27min PM

Bem pessoal acho que por hoje chega!Já estudamos o bastante. Creio que digo por todos afirmando que o cansaço bateu a porta.

Boas palavras Caio. - Concordou Antone.

Por falar em bater... Estranho né, Suzan?Até agora estou “encucada” com a visita da sua mãe.

Pois é “Bab”... Mas os meninos têm razão. Temos que ir. Amanhã a apresentação será chatíssima.

Rá, rá, rá. Até parece que você vai com eles e deixar toda essa bagunça aqui.Eu não vou arrumar tudo sozinha não.Nada disso!

É Suzan, bem que os antigos diziam: “lugar de mulher é na cozinha”... E contextualizando no seu caso o seu lugar é aqui ajudando a Barbara.

Nem vem Antone. Não adianta querer escapar da minha carona não. Você vai me esperar.

Certo galera enquanto vocês decidem eu vou nessa.Tenho que rever alguns pontos da minha parte na apresentação de amanhã.

Isso mesmo Caio. Esses dois vão me ajudar e você está dispensado por hoje. Mas é para estudar hein?(risos).

Barbara sempre cultivou um amor “platônico” por Caio. Ora por compaixão, ora por seu jeito centrado de ser. Caio nunca dera esperanças, mas tinha conhecimento daquele sentimento.

Ok, chefe. (risos). Mas permita-me levar o honorável cavalheiro Maquen ao veículo para que pegue meu jaleco?- Caio ironizou.

Ah!É verdade. Tinha esquecido isso, Caio. - respondeu Antone.

Permissão concedida.

Bab vou levar esses copos para a cozinha e limpar algumas coisas por lá.

Sei. Limpar a dispensa né, Suzan? – brincou Antone.

Bobo. Tá certo!Tchau!Vá entregar o jaleco do Caio e volte que você tem que colocar o sofá no lugar.

Enquanto os dois iam à garagem e as meninas arrumavam as coisas na cozinha um barulho soou na sala. Calma. Era o celular de Suzan.

Ai, ai, ai tenho certeza que é o Fred querendo saber onde estou. - resmungou Suzan.

Porém para a sua surpresa o número que aparecera no visor era o de sua casa.

Alô?!Ah! Oi mãe sim, sim logo vou para casa. Estou terminando de arrumar algumas coisas aqui e depois o Antone me leva. O quê?...Ah!Tá. Pode deixar...

Barbara continuara a arrumação enquanto a amiga falava ao telefone. Não se deu conta que o volume da TV aumentara.

Cara, essas duas são uma comédia. - brincou Caio.

Isso porque estamos estudando em cima do trabalho do “Mr. chatonildo Jarbas”.

Tá ali. Isso.

Valeu, Caio. Se cuida e juízo na net hoje. Ops. Sem ofender. Desculpa cara. Ainda mais hoje.

Vou nessa, Antone. Até amanhã.

Caio foi tomado por um sentimento ruim com o comentário de Antone, visto que naquele dia completava três anos da fatalidade.

Barbara resolveu chamar a amiga para guardar a louça, mas ao chegar à sala se dera conta de que a conversa que supunha ser de Suzan, vinha da TV.

Na rua, Caio percebeu que não estava com seu celular.

Voltou. E antes que apertasse a campainha notou que o portão estava semi-aberto. Estranhou. Mas entrou.

Barbara procurou por Suzan. Abaixou o volume da TV que foi trocado por sons mais secos e contínuos vindos de fora.

Chamou por Suzan. Não obteve respostas. Foi para o corredor e viu uma sombra na parede. A sombra de uma pessoa. Achando ser de Suzan, Barbara foi a sua direção.

Os sons haviam cessado. E a sombra abaixara. Quando Barbara conseguiu contornar a parede e vir de quem era a sombra... Congelou.

No mesmo instante da escura garagem Caio aparecera. Segundos depois Suzan também. Barbara estava sem reação. Pálida. Não acostumada.

O silêncio daquele momento havia sido cortado com o estridente grito de Suzan:

Antone!Nãoooooooooooooo!

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