CAPITULO 3


- Alucinógenos? – perguntou Barbara.

- Isso mesmo.(obtendo a resposta em coro.)De acordo com levantamentos e pesquisas do grupo esta foi a única razão plausível para afirmar o comportamento daquela jovem.

O grupo de pesquisas composto por Antone, Barbara, Caio e Suzan explanavam uma teoria sobre transtornos bipolares a horas.

Dentre os métodos retrógrados do professor Jarbas, o dever de casa era o principal. E já se passavam mais de três horas e meia de estudos. Até que Suzan reclamou comida.

Barbara se prontificou em trazer um lanche e alertou que o fizessem sem demora, pois seus pais logo chegariam e a sala certamente deveria ser ajeitada.

Na ausência de Barbara, Antone ligou a TV. Suzan disse que não agüentava mais aquela demora. Resolveu ajudar a amiga na cozinha e é claro experimentar tudo de antemão.

Na TV, começara o noticiário, visto o horário tardio.

Um assassinato fora anunciado.

Antone aumentou o volume para saber um pouco mais. Aproximou-se da TV, afastando-se sem perceber do amigo.

Caio evitava tais programas em função do seu passado. Presenciar a morte de sua aspirante a namorada lhe trouxe muita amargura, depressão e culpa. Culpa...

Após meses de interrogatório e acompanhamento psicológico o garoto não era mais o mesmo. Porém, de alguma forma aquela situação o motivou a seguir. Por diversas vezes revelou a Olivia seu sonho em estudar biologia.A animação dela era contagiante.Caio,decidiu fazê-lo não mais por si, e sim por Olivia.A qual já não era digna de sonhos,realizações,risos,lágrimas...

Caio se lembrou da noite anterior ao assassinato. Completaram dois meses de namoro virtual. Falaram sobre muitas coisas inclusive sobre os diferentes flatos japoneses. Caio riu.

Suzan voltou com um prato de sanduíches é claro que um já era estraçalhado em sua boca. Barbara trazia copos com suco e mais sanduíches.

Caio, estava absorto em suas restritas memórias quando fora surpreendido pela enorme boca cheia de salame de Suzan.

- Hey!Caio! Você não vai comer não?

Como se estivesse num sonho o jovem despertou. Olhou para o pessoal e se acalmou.

-Pessoal vamos rapidinho com isso, meus pais logo estão por aí.

-Escuta Caio. Você realmente não se lembra de nada daquela noite? –Antone, perguntou em meio a mordidas no sanduíche.

E mais uma vez a amiga Barbara assumiu:

-Antone, quantas vezes vou ter que dizer para não tocar mais nesse assunto?Você sabe muito bem como ele fica.

-Calma aí chefia!Só toquei no assunto por causa do noticiário da TV.

-Tudo bem, Barbara. Eu estava mesmo pensando a respeito quase agora. E respondendo sua pergunta: Não. Não me lembro de nada.

-Tá certo, Caio. Diante de uma situação traumática assim é normal neutralizarmos nossa memória. É um mecanismo de defesa natural à p. p.... pp..psique(disse Suzan,engasgando-se com um enorme pedaço de pão.)

-Coma Magali, tem mais melancia na cozinha. – Zombou Antone.

Todos riram.

A campainha soou.

Ué!Quem será?-Barbara se perguntou.

Seus pais nunca avisavam quando chegariam; Justamente para surpreender se houvesse algum ladrão ou se a filhinha não estava aprontando algo.

A casa era próxima da universidade, portanto, Suzan sempre ia para lá a fim de chegar cedo à aula.

Entretanto, se Suzan já estava na casa e os pais não avisavam, quem poderia ser?

Barbara e Suzan foram ver quem era.

A surpresa fora a mais estranha possível.

-Mãe?!! – disse Suzan espantadíssima.

- Ah!Olá,meninas acabo de falar com Vítor e ele me pediu que viesse buscar sua chave reserva,pois um terrível incidente na agencia provocou extravio de muitos pertences e suas chaves também se foram.

- Mas, porque meu pai não ligou aqui em casa ou mesmo no celular? – Indagou Barbara, desconfiada.

- É o que acabo de dizer, ”Bab”. O incidente fora numa dimensão não esperada afetando também a linha telefônica. Mas querida sinto certa desconfiança quanto a minha pessoa...

- Não me entenda mal, Dna. Cintia, é que tenho que admitir que seja tudo muito estranho não acha?

-Sim, sim.

- Mãe, alguém se feriu?E os infratores?E a policia?

-Quanto a isso podem ficar descansadas. Tudo já foi resolvido. Ninguém se feriu. O problema é o Sr. Vítor Rei da verdade (disse isso com voz teatral) que não aceita ficar sem o controle de sua vida ou sem as chaves da sua casa.

- Tudo bem. Vou buscá-las.

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